"O comportamento é a relação entre organismo e ambiente"
"O comportamento é o produto da relação entre organismo e ambiente"
"O comportamento é o modo como as pessoas agem"
"O comportamento é o que mente humana nos induz a fazer"
"Resposta é a unidade comportamental emitida pelo organismo"
"Resposta é uma instância do comportamento"
"Resposta é o que compõe uma classe comportamental"
"Resposta e comportamento são a mesma coisa"
A variedade de denfinições de "comportamento" e "resposta" dentro da Análise do Comportamento é abusivamente vasta. E ninguém (ou poucos) está se importando em resolver esse problema. Sim, é um problema. Cada um usa a definição que bem entende, e cada um acaba falando sobre coisas diferentes e discutindo inutilmente sobre algo do qual não partilham o mesmo conceito.
Afinal, o que reforçamos? A resposta ou o comportamento? Os alunos são ensinados que comportamento é uma classe de respostas, e que a classe é reforçada, logo o comportamento é reforçado. Mas então, uma outra concepção afirma que comportamento é a relação entre organismo e ambiente, e que a resposta é reforçada, não o comportamento. Em alguns momentos, lemos/ouvimos também o termo "fortalecimento" como sendo sinônimo de "reforçamento". São sinônimos?
Qual a etimologia dessas palavras? Reforço, por definição analítico-comportamental, é o aumento da probabilidade de ocorrência futura da resposta ou do comportamento reforçado(a). E fortalecimento? A mesma coisa. Contudo, é usada mais frequentemente junto à palavra resposta: "fortalecimento da resposta".
Originalmente, "reforçamento" não significa "aumento de probabilidade", é apenas o ato de intensificar, de tornar mais forte, algo que já existe. Isso por meio do acréscimo de algo. Acrescentar algo que aumente a força gera um "reforçamento".
E fortalecimento? Quando algo fica mais forte, há um fortalecimento.
E se pudéssemos dizer que a resposta é fortalecida e o comportamento reforçado? A relação entre o organismo e o ambiente precisa de uma reexposição, isto é de um reforço para se manter estável. E a resposta não é reforçada, pois não é uma relação, é um evento.
Isso talvez refinasse a distinção das nomenclaturas, mas causaria um novo problema: o comportamento seria sempre reforçado. E a resposta (ou a classe de respostas) poderia ser fortalecida ou enfraquecida (suprimida, punida... isso gera outro tópico).
O Comportamento seria sempre reforçado? Poderiamos dizer que tanto a estimulação "recompensadora" quanto a "aversiva" são reforçadas com a reexposição às contingências?
Skinner tentou elaborar uma taxonomia específica para suas propostas terminológicas. Contudo, elas ficaram com algumas falhas, o que deu margem para toda essa variação de definições. Talvez seja hora de reformular tudo. De novo. Outra vez. Novamente. Quem sabe assim consigamos desenvolver uma "estrutura" que possa mais discriminável no controle das respostas dos próprios analistas do comportamento?
Rubilene.